quinta-feira, 9 de junho de 2011

BRASÃO ADAMI

FAMILIA ADAMI




 Os ADAMI indo mais profundamente na raiz genealógica da familia são oriundos da clã medieval germânica dos ADAMITAS. Esta clã ao se fragmentar deu origem aos sobrenomes ADAMI, ADAMS, ADAMO, ADAME, ADAM, ou seja, resumidamente todos esses nomes tem a mesma raiz de origem e definitivamente concluímos que originamo-nos da germania / sacro império romano germano ou indo mais atrás das terras bárbaras do norte europeu.
O primeiro registro de um Adami é datado do ano de 1660 na Germânia, chamava-se Johann Friederich Adami. Fazia parte do exercito de um principado na Germânia.

Casado teve quatro filhos: Gregor, Jacob, Johann, Wilhln, durante o século XVIII com as guerras entre as províncias, os irmãos se espalharam pela Europa. Jacob, jovem, migrou para a região do Tirol austríaco, muito próximo da fronteira com a Itália.

Fixou-se na região, casou-se e teve um filho batizado de Domenico, é a partir deste ponto que passarei a narrar os dados genealógicos e fatos relevantes desta família que ajudou a desbravar este local, hoje denominada Caxias do Sul.

Domenico fixou-se no feudo da família Cresseri em Castelpietra (Tirol), onde era agricultor de fumo e praticava trabalhos em madeira. Casou-se com Franciesca concebendo dois filhos, Giovanni e Domenico, batizados na Paróquia Besenello.

Giovanni casou-se duas vezes conforme certidão expedida pela paróquia Besenello em 13 de outubro de 1876.

O primeiro casamento foi com Maria Postighel, tiveram dois filhos, Carlos e Tereza, sendo que Carlos acompanhou o pai na viagem ao Brasil e Tereza casou-se e viveu até o fim de seus dias na Suíça, sem mais informações para relatar.

O segundo casamento foi com Catarina Batisti, tiveram cinco filhos:

Emmanoele – nascido em 15 de setembro de 1866

Catharina – nascida em 29 de setembro de 1869

Francisco – nascido em 22 de junho de 1871

Giuseppe – nascido em 01 de janeiro de 1874

Felippo – nascido em 07 de abril de 1875

Em meados de 1876, Giovanni e Domenico, devido aos problemas econômicos e sociais da Europa, resolveram deixar as terras do Barão de Cresseri e tentar a vida no Brasil. Visto que neste período o Brasil através de seu império, buscava o povoamento europeu para o Brasil, uma forma de clarear a população de maioria negra ou mestiça.

Alem de povoar, mas de proteção das fronteiras no sul do Brasil, a maioria dos imigrantes tinha seu destino para a região sul do Brasil, local onde encontraram clima, geografia e abundancia para inicialmente saciar suas necessidades e projetar o progresso econômico.

Com a certidão de casamento e nascimento dos filhos os irmãos Adami puderam obter, junto ao governo Austro – Húngaro, o atestado de boa conduta, obrigatório para poder imigrar, o passaporte e a passagem, que era custeada pelo governo imperial brasileiro.

Relatos da época informam que o estado de pobreza e isenção de bens era condição obrigatória para imigrar e poder receber os benefícios do governo brasileiro na chegada ao Brasil.

Com a documentação em mãos, embarcaram de trem para o porto de Havre (França), utilizando - se de uma rota diferenciada da época que era o porto de Genova.

A chegada dos irmãos Giovanni e Domenico ocorreu em novembro de 1876 no porto do Rio de Janeiro e na sua breve estada no barracão de imigrantes, Giovanni perdeu dois filhos mais novos, Giuseppe e Felippo, vitimas de colite, hoje denominada diarréia ou desidratação.

Partiram do Rio de Janeiro de navio a vapor, até o porto de São Sebastião do Caí, em meados de janeiro de 1877. Seguiram em tropas através do caminho pela zona alemã de S. Sebastião do Caí, Feliz até chegarem à Nova Milano, a partir desta localidade eram apenas picadas, ou picadões de emergência, como eram chamados.

O numero de integrantes da família de Giovanni e Domenico somava 19 pessoas, numero que, fez com que os demais imigrantes que viajavam junto os chamassem de “La Famigliona”.

O governo imperial brasileiro ofertava aos imigrantes: ferramentas para trabalho na lavoura, machado e facões para cortar o mato e derrubar arvores, uma espingarda para defesa de animais selvagens e caça, mudas de arvores frutíferas e sementes, alimentação para 18 meses, tempo suficiente para plantar e obter a primeira colheita e uma casa de madeira medindo 8x4mts.

Por esta descrição pode se ter uma idéia do que era a mata atlântica do nordeste gaúcho, com muitos animais de médio porte como leões, macacos. O habito da caça como esporte surgi exatamente neste momento e passando por gerações, pois com a abundancia de animais terrestres e aves,  a caça era inevitável para defesa e até sustento nos primeiros tempos nesta nova terra.

A famosa polenta italiana aparece neste momento como prato essencial da dieta dos colonos que plantavam o milho, armazenando parte para a criação e outra parte para consumo através da farinha para pães e o angu batizado de polenta.

Os imigrantes que construíam sua própria casa recebiam o valor em dinheiro do governo imperial, com esta opção, Giovanni e Domenico passaram os primeiros meses com a família em barracas improvisadas, até as casas ficarem prontas e receberam 105.000 réis por casa construída. Manufaturaram seus próprios moveis e, podemos dizer, foram os pioneiros no negócio de construção de moradias, pois recebiam o valor das casas que faziam para novos imigrantes que chegavam por essas terras.

Com este valor em moeda corrente, adquiriram outros lotes de terra e até arrendaram outros.

Os irmãos Adami eram proprietários e residiam no lote de terra sito a Rua Bento Gonçalves, entre a Rua Visconde de Pelotas e Borges de Medeiros (atual centro de Caxias do Sul), sendo que, onde se encontram o Hiper mercado BIG e Zaffari, era parte integrante do lote de terra dos irmãos Adami.
Após algum tempo, Domenico se desfez da casa e das terras na cidade e se estabeleceu com a família, na Linha 40, Capela Nossa Senhora das Neves.

Giovanni alem da casa na cidade, tinha uma colônia e um arrendamento no Travessão Pedro Américo, onde plantava videiras e fazia vinho. Alem de tirar base do sustento da família, vendia o excesso da produção para o comercio local. O trabalho era dividido, na colônia da família trabalhavam o filho Emmanoele e Franciesco e, no arrendamento, Giovanni e o filho Carlos (filho do primeiro casamento com Maria Postighel).

Nos arredores de sua colônia, no Travessão Pedro Américo, construíram 13 casas para outras famílias que estavam se estabelecendo no local, recebendo por este trabalho e, sem duvida, foram desbravadores da floresta que existia na região, repleta de madeira nobre e vastos pinheirais.

Giovanni faleceu em 11 de outubro de 1886, com 64 anos e sua esposa Catarina Adami em 03 de agosto de 1893, com 59 anos. Por esse dado podemos notar que a estimativa de vida das pessoas era relativamente baixa, pela maneira rudimentar e trabalhosa para poder sobreviver a todas as dificuldades impostas pelo trabalho, o clima e a criação dos filhos.

Após o falecimento do casal Giovanni e Catarina, que considero neste texto a segunda geração, os filhos Carlos, Emmanoele e Francisco dividiram o parreiral do Travessão Pedro Américo que cultivavam por conta e risco e parte dos rendimentos era pago a irmã Catarina, que recebeu sua parte da herança em dinheiro. Não demorou muito tempo, Emmanoele preferiu ficar na cidade, trabalhando na Cantina Laner & Cia Ltda, que era propriedade de um tirolês, pois trabalhando na colônia tinha que ficar de segunda feira até o sábado longe da esposa e filhos.

Em 1893, Emmanoele casou-se com Angelina Spinato e tiveram 12 filhos, constituindo a quarta geração:

Mario – nascido em 16 de julho de 1894, era marceneiro e carpinteiro.

Carlos – nasceu em 20 de abril de 1896, era marceneiro.
Ester – nasceu em 15 de outubro de 1898, do lar.

João – nasceu em 04 de fevereiro de 1901, era metalúrgico.

Maria – nasceu em 17 de abril de 1903, do lar.

Atílio – nasceu em 31 de julho de 1904, era metalúrgico e gêmeo com a irmã Lucia, do lar.

Guilherme – nasceu em 29 de janeiro de 1906, era marceneiro.

Guerino – nasceu em 08 de fevereiro de 1908, era contabilista.

Julieta – nasceu em 19 de outubro de 1909, era coleteira, confecção de coletes para trajes masculinos.

Aurora – nasceu em 15 de julho de 1911, era bordadeira

Vasco – nasceu em 02 de janeiro de 1917, era contabilista

Nenhum dos 12 filhos vive hoje, Vasco Adami faleceu em 2004 aos 87 anos.

Em 1919, Carlos Adami (irmão de Emmanoele), faleceu celibatário e a irmã Catharina casou-se e fixou residência na cidade de Antonio Prado/RS.

Emmanoele deixou a Cantina Laner e integrou o quadro de zeladores da prefeitura municipal, aposentando-se neste cargo. Faleceu em 19 de agosto de 1940 com 73 anos.

Angelina Spinato Adami , faleceu em julho de 1967 aos 93 anos, sempre se dedicou aos cuidados com a casa e os filhos.

A partir deste ponto passo a discorrer pelo meu galho da arvore genealógica. Partindo de Mario Adami, meu avô, e primeiro membro da quarta geração.

Mario Adami era carpinteiro e marceneiro, trabalhou 55 anos na mesma empresa, Giacomet & Dal Bó e após o incêndio da empresa retornou as atividades com a razão social Industrial Madeira & Cia Ltda.

A empresa atuava no beneficiamento de madeira, manufatura de moveis, esquadrias e construções de casas de madeira.

Casou-se com Guilhermina Dongas Bettoni em 07 de janeiro de 1921, fixando residência nas terras de Emanoelle, seu pai. Em 1927 o casal resolve se mudar para o arrabalde de São Pelegrino, local onde na época nada era muito prospero, comparado aos dias atuais.

Tiveram seis filhos: Walter, Wanda, Valtier, Weimar, Wolmar, William. Dos seis filhos apenas um é falecido, Walter faleceu em 2007 aos 84 anos.

Mario Adami faleceu em 25 de Janeiro de 1971 aos 76 anos e Guilhermina em 20 de outubro de 1997 de 1997 aos 96 anos residiu 70 anos na Av. Itália no bairro de São Pelegrino no trecho entre a Igreja de São Pelegrino e a Rua La Salle.

Prof. Marlon Adami